quarta-feira, 11 de março de 2009

Buda - Contexto Histórico


Sidharta Gautama, príncipe da tribo Shakia-Muni, localizada no Norte da Índia, vivia na abundância de seus palácios, protegido do exterior, na luxúria e sem a total consciência do sofrimento e do Caos. Era uma criança feliz, tendo sido profetizada como uma futura Iluminada, pois reza a lenda que quando Buda deu seus primeiros passos, 7 no total, brotaram 7 flores de Lotus. A dada altura, casado e pai de filhos, Sidharta resolveu sair do palácio para observar o que de fora dele se encontrava. Ao caminhar na estrada, deparou-se com um corpo podrifacto de um vagabundo, que estava a mercê dos bichos, servindo de alimento para eles.
Ficando muito chocado, ele partiu para o seu palácio, onde a sua curiosidade falou mais alto, deixando assim, seus bens terrenos, mulher e filhos, para seguir em busca da Verdade e da real natureza do Tudo.

A busca do conhecimento de Sidharta começou, de principie terreno converteu-se a príncipe dos Ascetas. ( * Ascetismo = metodo de auto sacrifício pela privação da alimentação, focando-se apenas na meditação ). Seus cinco companheiros, outros viajantes do conhecimento, admiravam Sidharta pela sua determinação superior e a maior parte do tempo, sentavam-se a comtenplá-lo.
A dada altura, depois de 6 rígidos anos de disciplina, o seu corpo ficou totalmente debilitado onde, desmaiou.
Ao acordar, Buda concluiu que precisava de adoptar um termo médio, uma ponte entre o ascetismo e a sensualidade. A partir daí, Buda faria uma refeição ao meio-dia de composta com caril e arroz e, por vezes, a noite, tomava um caldo de aveia. Depois disso, não ingeria mais nenhum alimento sólido. a sua castidade era absoluta. Assim ia vivendo, afastando-se dos ascetas com seu novo método da descoberta da Verdade. O seu método foi um sucesso, do ponto de vista moral e dietético do Ocidente. Reza a história que, Sócrates esteve, uma noite inteira, de pé, a pensar, junto de um pórtico ( *Pórtico = construção proveniente da Grécia e da Roma antiga que simulava uma entrada, exemplos : Arco de Tito Flávio e mais recentemente, o Arco do Triunfo ), Atribui-se um paralelismo a experiência de Gautama, sendo que, este último, teve a feliz ideia de se sentar.

Sidharta, costumava sentar-se debaixo de uma figueira, sendo hoje a Figueira Sagrada de Bo. Pessoas de todo o mundo, vão lá pedir inspiração ao Buda, que os guie e dê força na busca do conhecimento, tendo o cognome de Árvore da Sabedoria. Uma dia, Sidharta interiorizou que não deveria sair dali, até receber a luz espiritual. Perto da madrugada, Sidharta entrou em transe, no qual afirmou ver uma claridade radiante, onde toda a intrincada cadeia de causas e efeitos que regulam o caminho para alcançar a salvação e a glória. Logo, ao proclamar-se não só, Buda o Iluminado, proclamou-se, também, Tathagata, O perfeito.

Dirigiu-se imediatamente para junto dos 5 eremitas, onde o receberam com hostilidade, chamando-o de renegado. Porém quando Sidharta se aproximou, eles acorreram em sua direcção, chamando-o de Irmão. Respondendo, Buda dirigiu-se a eles, dizendo: " Ò monges, não vos dirijais a Tathagata como Irmão, pois Tathagata é o santo e supremo Buda. Em seguida, Buda, deu o sermão mais fabuloso jamais ouvido, juntamente com o Sermão da Montanha de Jesus Cristo. Como este, ele apresentava uma nova forma de vida e de conduta moral. O discurso de Buda é um tanto, pessimista, pois começa a frisar o sofrimento humano, sua causa, flagelado pelas enfermidades e pela indigência..Talvez não achássemos a vida uma aventura tão emocionante se acreditássemos como os budistas, no monótono ciclo das reincarnações. Não há Eu, a causa do nosso sofrimento é a Ignorância. Devemos aprender, libertando o nosso espírito de crenças supersticiosas, disciplinando a nossa vontade com Amor, a inserir-nos no mundo como parte humilde e discreta parte dele. Nisto se radica a paz e a verdadeira felicidade.

Buda esforçou-se para encontrar um caminho que libertasse os mortais da miséria e os encaminhasse a um estado de maior espiritualidade. Os 8 Caminhos de Buda ( Caminho Octuplo ) preconiza não possuem a eloquência discreta das Bem-Aventuranças, todavia, podem enunciar-se de forma semelhante, porque a santidade ou a forma de a alcançar, são a pedra basilar em todos os seus sermões.

8 Caminhos :

1º- Bem-aventurados aqueles que sabem e cuja a sabedoria está isenta de enganos e de superstições.

2º - Bem-aventurados aqueles que transmitem o que sabem de forma amável, sincera e verdadeira.

3º Bem-aventurados aqueles cuja conduta é pacífica, honesta e pura.

4º Bem-aventurados aqueles que ganham a vida sem prejudicar ou pôr em perigo a vida de qualquer ser vivo.

5º Bem-aventurados os pacíficos, que se despem da má vontade, orgulho e jactância, e em seu lugar situam o amor, a piedade e a compaixão.

6º Bem-aventurados aqueles que dirigem seus melhores esforços no sentido da auto-educação e da auto-disciplina

7º Bem-aventurados sem limites aqueles que, por estes meios, se encontram livres das limitações do egoísmo

8º Bem-aventurados aqueles que desfrutam prazer na contemplação do que é profundo e realmente verdadeiro neste mundo e na nossa vida nele.


O êxito da religião budista provém da extraordinária tolerância. Não existe nenhuma dogma budista e, tanto quanto se sabe, nenhum budistas foi perseguido por herege. Ao relancear o passado, cheio de séculos carregados de violência, guerras e fanatismo.

Segundo Buda, não só devemos construir a nossa própria salvação, assim como o nosso próprio Credo.

Citação de Buda:

" Não acredites em qualquer coisa, só porque te ensinou o testemunho de um velho sábio ". " Não acredites em qualquer coisa, só porque provém da autoridade de mestres e sacerdotes . Qualquer coisa que esteja de acordo com as tuas próprias experiências e, depois de árdua investigação, esteja de acordo com a tua razão e conduza ao teu próprio bem e ao de todas as criaturas vivas, isso deves aceitar como a verdade e deves viver em conformidade com ele".

De resto, Buda prosseguiu a sua vida, ensinando. Levantando-se de madrugada, percorria uma média de 25 a 30 Km por dia, sendo aclamado por multidões. Considerava-se um médico, curando as pessoas por onde passava, não levando rigorosamente nada, apenas a satisfação dos seus sorrisos e bem estar no seu coração.

Contudo, morreu, deixando a sua herança com seus ensinamentos de uma forma nobre de viver e de morrer, neste Mundo.








Pesquisa: Livro, Grandes Vidas / Grandes Obras.

terça-feira, 10 de março de 2009

As 4 Nobres Verdades

Resumo das 4 Nobres Verdades: A vida é sofrimento; a causa do sofrimento é o desejo; a cessação do sofrimento é se ver livre do desejo; o modo de fazê-lo é o Caminho Óctuplo.

Primeira Nobre Verdade - Dukkha - Vivência

Esta Verdade, indica-nos o facto da vida ser composta essencialmente por sofrimento. E agora, estou preparado para ouvir coisa do tipo " QUE INJUSTO" O MEU NAMORADO/A TRAIU-ME" "PORQUE É QUE ME ACONTECEU ISSO" " MERDA DE VIDA", depois a nossa reles insignificância vêm, quando o ser humano cria "classificações de sofrimento", orgulha-se e vangloria-se por sofrer mais do que o parceiro, menospreza o parceiro por ter sofrido mais. Todo o sofrimento é igual, uns de uma maneira, outros de outra. Não há heróis de sofrimento, não há covardes do sofrimento. Todos sofremos, sofremos por não sofrer, sofremos por sofrer, sofremos até para nascer.

Segunda Nobre Verdade - Trsna - Desejo


O desejo...Homem ambicioso, cheio de planos, vontades. Devemos desejar, desejar para viver, não viver para desejar. O sofrimento, provêm do desejo, a vontade de ter sempre mais, a não conformidade com o ter/ser/poder/parecer/acontecer. Como Buda disse " O Homem com sede, no deserto ". A sua sede apenas lhe trouxe mais sofrimento, porque estava a sofrer por estar com sede e a sofrer pela probabilidade de não encontrar água. Sede de ter, sede de poder, sede de ser como queremos que seja.

Terceira Nobre Verdade - Nirbbana - Libertação


A verdade menos compreendida do Budismo...Sem dúvida, muita gente fala nesta palavra, mas ninguém, mesmo aqueles que sabem e dizem que sabem e pensam que sabem, sabem. Porque tamanha arrogância me leva a dizer isto? Porque o Homem esquece-se que para haver libertação, primeiro tem de haver privação, destruição. Temos o exemplo de uma árvore com muitos ramos, grandes e grossos, carregados de folhas e frutos. Porém a qualidade de seus frutos, assim como seu tamanho eram reduzidos...Porém, o agricultor, observou e cortou os ramos à nossa querida árvore. Ela murchou...secou no leito do Outono para passar um Inverno fulcral de gelo e vento cortante. Porém a árvore libertou-se, do sofrimento físico. Seus ramos cairam, mas sua raiz (alma ) está lá.
Esta Verdade não significa a extinção do Desejo, apenas o domínio do desejo.

Quarta e última Nobre Verdade - Caminho Octuplo - Equilíbrio

Porém, o Inverno acabou, veio a Primavera. A nossa árvore rejubilava. Novos ramos nasceram, mais equilibrados, menos dispersos, fortes e saudáveis. Suas frutas eram doces, suas folhas faziam uma sombra agradável, onde a Luz e a Sombra se embrulhavam numa dança onde produziam um clima, não muito quente nem muito frio. Um clima ameno.


Como podemos observar, há pessoas que nascem a sofrer, em países de miséria, no meio de conflitos e fome...E a seguir...Simplesmente morrem.


Pois é, agonizante. Mas, a Morte não é o fim de tudo. E a passagem para outra vida, e o barco para a outra margem. Com a aprendizagem, sensações neste caso, sofrimento, atraimos energias do Universo que moldaram a nossa alma, fazendo-a mais completa e equilibrada, chegando ao momento, em que se libertará ( Nirvana ) e sairá da roda do Dharma. Ai, seremos apenas espírito, seremos um só com o Universo, olharemos de perto, escutaremos de longe, ajudaremos a encontrar o Caminho.

O que citei, é apenas o Caminho. Existem filósofos, não existem filosofias. Nós somos livres. É opcional errar nas escolhas, apenas não é opcional ter consciência de estar a errar ao errar nas escolhas. Se algo acontecer, têm tempo de se redimir. Não existe o Mal e o Bem, apenas a ignorância e o conhecimento. E o Amor? Existe e em cada vez menos quantidades.